quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mire no coração e atire

"Nunca mais escrevi. Nunca mais me vi. Nunca mais me entendi."

No silêncio de minha respiração, a minha volta, tudo era tão vivo, tão próximo e tão intenso. A chuva, que já era fraca, batia na janela, como em uma canção, dançava junto aos pequenos pingos que caíam. Cada toque era como uma conjunção com meu coração. A noite era fria. O frio era ainda maior em mim. Minha estante de sentimentos estava bagunçada. Eram tantas escolhas que abominavam meu coração. Eram nesses momentos em que ele gostava de me alegrar, usando as palavras, sacudindo-as. Elas aqueciam meu coração nos dias de frio - como hoje -, e seus braços eram como torres, me embalando, e me levando, para tão longe de mim que eu não me reconhecerá mais. E de repente meu peito esvaziou-se. 

É só mais uma noite de insônia, respirando fundo, procurando o alivio das dores. 

2 comentários:

  1. Mesmo pequeno, você consegue passa tudo tão perfeitamente bem e sinceramente.
    Chego a sentir no fundo oque você sentia enquanto escrevia, eu acho.
    Parabéns Ana (:

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"Odiei as palavras e as amei, e espero tê-las usado direito."