terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A Angra é dos Reis


"Pode rir agora. Que estou sozinha."

Cabelos escuros presos em um rabo de cavalo frouxo por fios que desciam abaixo dos ombros, os olhos eram perdidos e marejados. Ela era assim, ela vivia assim. Uma incógnita ambulante. Havia canetas coloridas e um pedaço de papel amassado, em sua esquerda um caderno de exercícios sendo procrastinado. Ela olhava pela janela e conseguia ver tudo, o ar do fim da tarde, as casinhas distantes e o som da respiração de sua cadelinha, baixinho tocava uma canção calma e bonita. O mundo inteiro era visível da janela do seu quarto. E naquela mesma tarde poucas horas antes um pequeno mundo resolveu desmoronar de seus olhos na frente do garoto do sorriso mais lindo, era visível uma tristeza que não a pertencia. Ela chorou, mas não porque seu peito doía. Ela chorou porque eles já não eram mais os mesmos, mas, o menino do sorriso mais lindo disse que imaginou que o amor era como o Arco-iris raro e belo, ele disse que voltava, cedo ou tarde, mas voltaria.

Seus cabelos já estavam soltos e molhados. Seus braços já eram gastos. Seu coração já estava fadigando. Os pulsos ficaram para o final. Já era tarde demais e não havia Arco-iris para salva-la no fim do túnel.

2 comentários:

  1. "Ela chorou, mas não porque seu peito doía. Ela chorou porque eles já não eram mais os mesmos"
    E é um saco todo mundo dizer que as pessoas mudam e todo aquele bla bla bla.
    Eu me sinto como você... Términos são horríveis. Pelo menos eu ainda tenho o álcool.

    beijos

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  2. Você me perdoe a demora, pequena. Eu quis vir antes, passar por aqui e me encantar com a leveza e beleza do seu espaço, mas o tempo é cruel com a gente às vezes. Mas, cá estou. Encantada com a simplicidade do seu relato e a forma como você colocou emoção nele.
    Um grande abraço, @pequenatiss.

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"Odiei as palavras e as amei, e espero tê-las usado direito."