quinta-feira, 7 de julho de 2011

Forgive me first love

Era como se eu estivesse presa em um pesadelo apavorante. Mas isso não era um sonho, e, ao contrário pesadelo... Era a realidade.

Andava há passos largos nas mesmas ruas. E por mais que eu forçasse, não conseguia mexer meu corpo com rapidez o suficiente. Minha respiração era alta o bastante para que as pessoas a minha volta percebessem. Por uma ou duas vez desconhecidos perguntaram se estava bem e eu os ignorava. Eu estava cansada, angustiada entrando em pânico comigo mesma e precisava suprir aquela dor.

Tudo o que planejei, o futuro idealizando com o garoto certo, tudo seria tão rapidamente dissipado naquele momento. A cada segundo se tornava mais difícil segurar as lágrimas, meu peito parecia gritar, minha voz falhava e minha mente estava silenciosa e confusa.

Ele estava terrivelmente lindo. Seus cabelos encaracolados e bagunçados se confundiam com o boné escuro que ele usava (o mesmo que ele usou quando nós conhecemos), os olhos cuidadosos me olhavam, me encaravam para ser mais exata.

Nós afastamos, até aquele momento nenhuma palavra foi dita. Era só silêncio. O receio e a ansiedade faziam daquele momento uma agonia. O pior era a maneira que ele me fitava de modo costumeiro como se conseguisse enxergar a minha... alma.

Eu o amo e acreditem não é pouco. Amo cada pequena parte dele, cada traço do rosto dele, cada imperfeição, definitivamente tudo. Todas as qualidades e defeitos, sem exceções. Me orgulho de quem ele é e do que ele esta se tornando. Há tantas outras coisas. Quando fecho os olhos, vejo o rosto dele, quando caminho é quase como se conseguisse sentir a mão dele na minha. Isso tudo, é tão real pra mim, mas aonde uma vez elas me trouxeram conforto, hoje provocam dor.

E mesmo que ele não quisesse ouvir eu queria que ele soubesse que sempre será a melhor parte de mim, que o tempo que passamos juntos ele havia conquistado um lugar especial no meu coração, que ele é um herói, um cavalheiro, gentil e lindo, mas, acima de tudo o primeiro homem que eu amei verdadeiramente. E que não importava o que o futuro fosse, ele sempre será, e que eu sabia que a minha vida seria melhor por causa disso.

Se hoje não existisse não faria falta alguma. Mas existia e estava ali me forçando a fazer o que queria e ao mesmo tempo não queria.

As palavras não fluíam da maneira que eu queria, saiam rápidas, desconexas e falhadamente... como um choro. Eu queria conseguir falar tudo, mas as palavras não conseguiam sair. Elas estavam presas, em algum lugar, e eu não conseguia soltá-las. Era tão pouco tempo, para tantos ser dito. Apesar da minha boca vazia as palavras estavam na minha mente. Eu só queria que ele usasse o rosto, aquele em que ele sorri porque esse rosto anima meu coração quando começo a chorar. Apenas falei sobre nós, que pensei em nós dois com carinho e que seria melhor terminarmos. Tentei prestar atenção no que falava, não queria machuca-lo, mas não conseguia entender mais nada que falava ainda não conseguia digerir que estava acabando com tudo. Sentia meu coração apertar e a cada palavra que continuava dizendo tinha vontade de diminuir a nada, ainda recordando na mente as palavras que eu disse dilacerando a minha alma.

Quando não podia mais aguentar, quando a dor se deu por vencida, quando o dito foi feito eu fugi. Sim, eu fugi! Da mesma maneira infantil que eu sempre faço, fugi. Fugi do nosso passado, fugi de mim mesma, fugi de nós...

E pela primeira vez depois de muito tempo, eu não sabia o que esperar do amanhã.

5 comentários:

  1. Oi :D Você é muito boa, sério, fiquei emocionada com o jeito que você escreve. Há tempo que não lia algo tão bem expressado.Parabéns. ^^

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  2. Muito linda suas palavras, amei seu blog. Parabéns.

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  3. Pâ,olha eu aqui de novo. Espero que eu consiga colocar um sorriso nesse seu rostinho com mais um comentário meu. Eu sei que geralmente o escritor não quer revelar se o que escreveu é real ou não, mas essa história tão triste e tão bela que eu acabei de ler aconteceu com você? Se você teve a vontade de terminar, é porque algo já não ia muito bem. E quando as coisas andam assim, insistir só faz a gente se machucar e machucar a outra pessoa ainda mais. Isso vai passar, você vai ver. Não que isso seja um conselho, pois minhas experiências amorosas se limitam a quase nada, mas leve-o em consideração.
    Um beijo grande e um abraço apertado, @pequenatiss.

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  4. Olha, volta pra ele! Suas palavras são tão verdadeiras, e tão cheias de sentimentos amorosos, que é inacreditável que você tenha terminado!

    ótima noite.

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"Odiei as palavras e as amei, e espero tê-las usado direito."